Casos Clínicos
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Mostrando 12 casos
Caso Clínico: Síndrome Nefrótica
Paciente: Sandra M., 45 anos, feminina
História clínica:
Sandra foi internada por mal-estar, náuseas e edema generalizado há 3 semanas, com piora progressiva. Relata urina escura, oligúria e dor lombar. Há dois meses teve quadro gripal com tosse seca e emagrecimento. Nega histórico de doenças renais.
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Infarto agudo do miocárdio em paciente jovem
Paciente masculino, 32 anos, sem comorbidades conhecidas, apresenta dor torácica súbita, intensa, em aperto, com irradiação para membro superior esquerdo, associada a sudorese e náuseas.
História clínica:
Paciente masculino, 32 anos, sem comorbidades conhecidas, apresenta dor torácica súbita, intensa, em aperto, com irradiação para membro superior esquerdo, associada a sudorese e náuseas. Relata uso recreativo de cocaína há 6 horas. Nega histórico familiar de doença coronariana precoce.
Exame físico:
- PA: 160/100 mmHg
- FC: 110 bpm
- FR: 22 irpm
- Sat O2: 96% em ar ambiente
- Ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações
Exames complementares:
- ECG: supradesnivelamento do segmento ST em parede anterior
- Troponina I: 2,5 ng/mL (VR: < 0,04)
- CK-MB: 45 U/L (VR: < 25)
- Cateterismo cardíaco: oclusão trombótica da artéria descendente anterior
Conclusão:
Infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) em parede anterior, provavelmente relacionado ao uso de cocaína. Realizada angioplastia primária com implante de stent farmacológico na artéria descendente anterior, com sucesso. Iniciado tratamento com dupla antiagregação plaquetária, estatina, betabloqueador e IECA.
Discussão (18 comentários)
Dr. Lucas Oliveira
Há 5 diasCaso interessante que demonstra os efeitos vasoconstritores e trombogênicos da cocaína. Importante lembrar que o uso de betabloqueadores deve ser feito com cautela nesses casos, pelo risco de vasoespasmo paradoxal.
Dra. Mariana Ferreira
Há 4 diasConcordo com o Dr. Lucas. Nestes casos, os bloqueadores de canais de cálcio são preferíveis aos betabloqueadores. Também é fundamental abordar a dependência química como parte do tratamento.
Meningite bacteriana em criança
Paciente masculino, 4 anos, previamente hígido, apresenta febre alta (39,5°C), cefaleia intensa, vômitos e rigidez de nuca há 12 horas. Pais relatam aparecimento de manchas avermelhadas pelo corpo.
História clínica:
Paciente masculino, 4 anos, previamente hígido, apresenta febre alta (39,5°C), cefaleia intensa, vômitos e rigidez de nuca há 12 horas. Pais relatam aparecimento de manchas avermelhadas pelo corpo nas últimas 2 horas. Criança frequenta creche e não tem histórico de vacinação completa.
Exame físico:
- Criança prostrada, irritada à manipulação
- Temperatura: 39,8°C
- FC: 140 bpm
- FR: 30 irpm
- Rigidez de nuca presente
- Sinais de Kernig e Brudzinski positivos
- Lesões petequiais e purpúricas disseminadas
Exames complementares:
- Hemograma: leucocitose (18.000/mm³) com desvio à esquerda
- PCR: 180 mg/L
- Líquor: turvo
- Citologia do líquor: 1.200 células/mm³ (95% neutrófilos)
- Proteína no líquor: 180 mg/dL
- Glicose no líquor: 20 mg/dL (glicemia: 110 mg/dL)
- Bacterioscopia do líquor: diplococos gram-negativos
- Cultura do líquor: em andamento
Conclusão:
Meningite bacteriana aguda por Neisseria meningitidis (meningococo), com sinais de meningococcemia. Iniciado tratamento empírico com ceftriaxona intravenosa e medidas de suporte. Notificação compulsória realizada e quimioprofilaxia para contatos próximos.
Discussão (32 comentários)
Dra. Paula Almeida
Há 3 semanasCaso clássico de meningite meningocócica. Importante ressaltar a gravidade e a rapidez com que essa doença pode evoluir. A presença de petéquias e púrpuras sugere coagulação intravascular disseminada, um sinal de gravidade.
Dr. João Costa
Há 3 semanasAlém da antibioticoterapia, não podemos esquecer do manejo da hipertensão intracraniana e do choque, se presente. Dexametasona deve ser considerada antes da primeira dose do antibiótico para reduzir a resposta inflamatória.
Síndrome dos Ovários Policísticos
Paciente feminina, 24 anos, com queixa de irregularidade menstrual, ganho de peso e crescimento de pelos faciais. Refere ciclos menstruais espaçados (a cada 2-3 meses) desde a menarca.
História clínica:
Paciente feminina, 24 anos, com queixa de irregularidade menstrual, ganho de peso e crescimento de pelos faciais. Refere ciclos menstruais espaçados (a cada 2-3 meses) desde a menarca aos 13 anos. Relata ganho de 15kg nos últimos 2 anos e dificuldade para perder peso apesar de dieta. Nega uso de medicamentos. Sem histórico familiar relevante.
Exame físico:
- Peso: 78kg, Altura: 1,65m, IMC: 28,7 kg/m²
- PA: 125/80 mmHg
- Hirsutismo facial e em linha alba (Ferriman-Gallwey: 14)
- Acne moderada em face
- Acantose nigricans em região cervical e axilas
Exames complementares:
- Testosterona total: 85 ng/dL (VR: 15-70)
- SDHEA: 320 μg/dL (VR: 80-350)
- LH: 12 mUI/mL, FSH: 4 mUI/mL (relação LH/FSH > 2)
- Prolactina: normal
- TSH e T4 livre: normais
- Glicemia de jejum: 105 mg/dL
- Insulina de jejum: 25 μUI/mL (HOMA-IR: 6,5)
- Ultrassonografia pélvica: ovários aumentados de volume com múltiplos folículos periféricos (>12 em cada ovário)
Conclusão:
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) pelos critérios de Rotterdam, com hiperandrogenismo clínico e laboratorial, oligo/anovulação e morfologia policística dos ovários. Presença de resistência insulínica e pré-diabetes. Iniciado tratamento com contraceptivo oral combinado com antiandrógeno, metformina, orientações dietéticas e atividade física.
Discussão (15 comentários)
Dra. Beatriz Martins
Há 3 semanasExcelente abordagem do caso. Importante ressaltar que a SOP é um diagnóstico de exclusão, e outras causas de hiperandrogenismo devem ser descartadas, como hiperplasia adrenal congênita não clássica, síndrome de Cushing e tumores produtores de andrógenos.
Dr. Ricardo Lima
Há 3 semanasNão podemos esquecer das complicações metabólicas a longo prazo da SOP, como diabetes tipo 2, dislipidemia e risco cardiovascular aumentado. O tratamento com metformina é fundamental para reduzir a resistência insulínica.
Febre de origem indeterminada
Paciente masculino, 56 anos, com febre persistente (38-39°C) há 3 semanas, sudorese noturna, perda ponderal de 8kg e fadiga. Múltiplas investigações sem diagnóstico definido.
História clínica:
Paciente masculino, 56 anos, com febre persistente (38-39°C) há 3 semanas, sudorese noturna, perda ponderal de 8kg e fadiga. Nega tosse, dispneia, dor torácica, sintomas urinários ou gastrointestinais. Histórico de hipertensão arterial controlada com losartana. Viagem recente para região rural há 2 meses. Nega tabagismo ou etilismo.
Exame físico:
- Paciente emagrecido, hipocorado +/4+
- Temperatura: 38,5°C
- PA: 130/80 mmHg, FC: 98 bpm
- Ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações
- Abdome sem visceromegalias palpáveis
- Linfonodos cervicais e axilares palpáveis, móveis, indolores (0,5-1,0 cm)
- Sem lesões cutâneas
Exames complementares:
- Hemograma: Hb 10,5 g/dL, leucócitos 4.800/mm³ (diferencial normal), plaquetas 180.000/mm³
- VHS: 80 mm/1ª hora
- PCR: 85 mg/L
- Função renal e hepática: normais
- Urina tipo I: normal
- Hemoculturas (3 amostras): negativas
- Sorologias para HIV, hepatites virais, toxoplasmose, CMV, EBV: negativas
- PPD: 4mm
- Radiografia de tórax: sem alterações
- Ecocardiograma transtorácico: sem vegetações
- TC de tórax, abdome e pelve: linfonodomegalias mediastinais, hilares e retroperitoneais (1,0-1,5 cm)
Próximos passos:
Considerando o quadro de febre de origem indeterminada (FOI) com linfonodomegalias, quais seriam os próximos passos diagnósticos mais adequados?
Discussão (28 comentários)
Dr. Thiago Souza
Há 4 semanasNeste caso, a biópsia excisional de linfonodo seria o próximo passo mais adequado. O padrão das linfonodomegalias, associado à febre prolongada, perda de peso e sudorese noturna, sugere fortemente doença linfoproliferativa, como linfoma. Outras possibilidades incluem tuberculose ganglionar, sarcoidose e doenças infecciosas granulomatosas.
Dra. Amanda Freitas
Há 4 semanasConcordo com a biópsia de linfonodo. Também sugiro investigar doenças infecciosas endêmicas, considerando a viagem para área rural. Sorologias para leishmaniose visceral, brucelose, histoplasmose e febre Q seriam importantes. Uma mielocultura também poderia ser útil para descartar infecções granulomatosas.
Apendicite aguda
Paciente masculino, 18 anos, com dor abdominal inicialmente periumbilical há 24 horas, que migrou para fossa ilíaca direita, associada a náuseas, vômitos e febre baixa.
História clínica:
Paciente masculino, 18 anos, previamente hígido, com dor abdominal inicialmente periumbilical há 24 horas, que migrou para fossa ilíaca direita, associada a náuseas, vômitos (2 episódios) e febre baixa (37,8°C). Refere anorexia desde o início do quadro. Nega alterações urinárias ou intestinais.
Exame físico:
- Paciente em bom estado geral
- Temperatura: 37,9°C
- FC: 92 bpm, PA: 120/70 mmHg
- Abdome: dor à palpação em fossa ilíaca direita, com descompressão brusca dolorosa (sinal de Blumberg positivo)
- Sinal de Rovsing positivo
- Sinal do psoas positivo
- Ruídos hidroaéreos presentes e normais
Exames complementares:
- Hemograma: leucocitose (15.000/mm³) com desvio à esquerda (bastões: 8%)
- PCR: 45 mg/L
- Exame de urina: normal
- Ultrassonografia de abdome: apêndice cecal aumentado (diâmetro de 10mm), não compressível, com paredes espessadas e líquido periapendicular
Conduta e evolução:
Diagnóstico de apendicite aguda não complicada. Realizada apendicectomia videolaparoscópica de urgência, com achado intraoperatório de apêndice cecal inflamado, sem perfuração. Antibioticoterapia com cefazolina profilática. Paciente evoluiu bem no pós-operatório, recebendo alta hospitalar no 2º dia pós-operatório.
Discussão (12 comentários)
Dr. Victor Ribeiro
Há 1 mêsCaso típico de apendicite aguda com apresentação clássica. Vale ressaltar a importância da história clínica e exame físico no diagnóstico, com a tríade de Alvarado (migração da dor, defesa em FID e leucocitose) presente neste caso.
Dra. Isabel Lopes
Há 1 mêsImportante lembrar que a apendicite pode ter apresentações atípicas, especialmente em crianças, idosos e gestantes. A ultrassonografia tem boa sensibilidade e especificidade, mas a TC de abdome é o exame de escolha em casos duvidosos.